sábado, 17 de setembro de 2011

:S




Fico fingindo e me enganando que não sinto nada.
Até quando vai essa rotina, eu não sei.
Mas assim têm estado bem, tão bem, que eu não percebo o mal que faço à mim fingindo não pensar em outras coisas. Fingindo não entender. Fingindo, apenas.
Sim, eu me importo. Mas como admitir? Como ter coragem de assumir o que nem eu mesmo tenho "certeza"? 
A solidão me domina. A confusão me domina.
O dia passa, o tempo passa. Isso tem que parar.
Sentimentos confusos, intensos, latentes.
Logo eu, justo eu.

Mundos diferentes, desejos diferentes, sensações diferentes...
Escolha. futuro.


sábado, 30 de julho de 2011

tornei-me, sem querer.





Os dias estão passando, e às vezes nem eu me reconheço.
Mesmo em meio a multidão que me rodeia, me sinto cada vez mais só.
Antigamente, sentia o calor humano da amizade, a certeza de ser especial para alguém. Hoje, nada sinto.
Costumava fazer as pessoas rirem, sentirem-se bem. Hoje trago comigo um rosto fechado, sem expressões.

Acabei mudando sem perceber. 
Desilusões, falsos amigos... tudo contribuiu para a pessoa amarga que me tornei.
Desinteressante, sem sentido, inútil.
Sou assim.



quinta-feira, 28 de julho de 2011

Nômade





acha que atritas
o meu falo queima



somos trogloditas
descobrindo o fogo

crescem labaredas

sob a braguilha 
armo uma tenda
com a minha glande

e o meu falo nômade
rumo à tua tenda
levanta acampamento

(...)

domingo, 24 de julho de 2011

Lembranças









quando penso em pessoas que amei
(poucas, porque, com medo, não nos damos de mãos cheias)


melhor fôra:
(triste vantagem o da menor idade conquistar:
porém quando já é tarde o conhecimento.)



com riqueza que não é para ser armazenada
melhor fôra: (concluo melancolicamente)
havê-los amado


mas muito mais do que eu amei.





Aricy Curvello   (adaptado)

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Acredito



Uma linha avulsa
sem direção
ou destino
sobre o infinito





passando por lugar 
nenhum, talvez algum
talvez exista,
ou talvez cria-se
na imensidão do infinito
onde o tempo se esconde
refúgio do medo
reviver inevitável


procuro-a
existo-a
acredito
mas não vejo.



terça-feira, 12 de julho de 2011

Aquém





Talvez eu seja apenas
mais um, outro
daqueles que nunca
se encontram, escondidos
estão sempre

preciso me encontrar
ou apenas ter certeza
que existo, não só por existir
mas para existir.


contudo, nada sei
ontem, hoje, amanhã
tudo é o mesmo.
só por agora, ou depois
logo mais, a tarde.



domingo, 10 de julho de 2011

Infinito





E a vida vai passando
assim, de repente
me vejo branco
paralizado, intacto

tudo muda, como sempre
caleidoscópio
infinito meio pobre
mas sem fim



continuo andando
passos de solidão
caminhando sozinho,
meio sem rumo

passa tempo
mas não muito
um infinito meio pobre
talvez tenha fim.